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Michelangelo Merisi da Caravaggio (Milão, 29 de setembro de 1571 – Porto Ercole, 18 de julho de 1610), conhecido como Caravaggio, foi um pintor italiano, ativo em Roma, Nápoles, Malta e Sicília entre 1593 e 1610. A sua pintura combina uma observação realista da figura humana, tanto no físico como no emocional, com um uso dramático da luz, o que exerceu uma influência decisiva na formação da pintura do Barroco.
Caravaggio retratava uma observação detalhada da anatomia com um uso dramático do claro-escuro, que ficaria conhecido como tenebrismo. Trabalhava rapidamente com modelos ao natural, dispensando esboços para trabalhar diretamente sobre a tela. A sua influência foi profunda no novo estilo barroco que emergiu do maneirismo. Exceto nos seus primeiros trabalhos, Caravaggio produziu principalmente pinturas religiosas. No entanto, frequentemente escandalizava, e os seus quadros eram rejeitados pelos seus clientes. Dois dos principais motivos de crítica eram o realismo das suas figuras religiosas, que beirava o naturalismo, e a escolha dos seus modelos entre as pessoas de condição mais humilde. Em vez de buscar figuras etéreas e belas para representar os atos e personagens da Bíblia, Caravaggio preferia escolher os seus modelos entre o povo: prostitutas, jovens de rua e mendigos posaram frequentemente para os personagens dos seus quadros.
Com uma vida tumultuada devido ao seu carácter violento, foi preso várias vezes. Foi acusado de assassinato, o que o levou a fugir para Nápoles, onde passou vários meses pintando obras como A Flagelação de Cristo (San Domenico Maggiore, Nápoles). No final desse mesmo ano, viajou para Malta, onde foi nomeado cavaleiro da Ordem de Malta e pintou um dos seus poucos retratos, o do grão-mestre da ordem, Alof de Wignacourt (1608, Museu do Louvre).
Em outubro de 1608, mudou-se para Siracusa, na Sicília, onde pintou várias telas de grande dimensão, como O Enterro de Santa Luzia (1608, Igreja de Santa Luzia, Siracusa) e A Ressurreição de Lázaro (1609, Museu Nacional de Messina).
Em Nápoles, foi novamente ferido numa taberna. Partiu de barco para Óstia, mas, numa escala, perdeu o barco e a bagagem. Tentando continuar a pé, debilitado pelas feridas, fome e cansaço, Caravaggio morreu aos 37 anos no dia 18 de julho de 1610 em Porto Ercole.
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