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Maurice de Vlaminck. Pintor francês. Nasceu a 4 de abril de 1876 em Paris.
Vlaminck rejeitou os princípios do academicismo.
Formado como músico, iniciou-se na pintura estudando as obras expostas no Louvre e nas galerias da rua Laffitte; o conhecimento da obra de Vincent van Gogh seria determinante para ele. As experiências pictóricas realizadas juntamente com André Derain, unidas às de Henri Matisse, desembocaram no fauvismo, movimento do qual foi o expoente mais radical (Árvores vermelhas, 1906). Basicamente paisagista, realizou também naturezas mortas, quadros de flores e alguns retratos.
Por volta de 1908, deixa de lado a cor pura, confere solidez aos volumes, encerra as massas em contornos geométricos. Por volta de 1915, realiza uma pintura expressionista de tons sombrios e formas sumárias, caminho que o levará mais tarde a uma figuração realista.
De Maurice de Vlaminck pode afirmar-se que encarnou o verdadeiro espírito fauvista. Rebelde e contestatário, anos mais tarde, recordando aquela época, diria de si mesmo: "Eu era um bárbaro terno." Se o caráter sereno de Matisse transformava a cor num elemento de gozosa sensualidade, Vlaminck utilizava-a como uma arma para atirar contra a tradição. De caráter veemente e apaixonado, era movido por uma arrogância irada que o levava a repudiar os museus e a extrair da cor toda a força expressiva.
Com Vlaminck a pintura torna-se transunto de uma vitalidade incontenível: "Quando tenho a pintura nas mãos, é a vida e eu, eu e a vida." Com estas abordagens, as suas paisagens são produtos surgidos da paixão. Em Margens do Sena em Carrières-sur-Seine (1906, Coleção Guy Roncey, Paris), em Aldeia (1906, Stedelijk Museum, Amsterdão) ou nas Eclusas de Bougival (1908, National Gallery of Canada, Ottawa), a cor é libertação espontânea do instintivo; a tela, um lugar onde verter as suas emoções. O seu temperamento fica registado na tela por uma pincelada nervosa e empastes densos que potenciam a agressividade cromática e a vivacidade expressiva e que pressagiam o expressionismo.
Maurice de Vlaminck faleceu a 11 de outubro de 1958 em Eure-et-Loir.
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