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Tiziano Vecellio, pintor italiano. Embora Tiziano tenha alimentado durante os últimos anos da sua vida a ideia de que tinha nascido em 1475, para fazer crer que era um ancião venerável e inspirar respeito e compaixão, a crítica moderna estabeleceu quase com total segurança que nasceu em 1490 e que morreu com uma idade mais do que respeitável, aos oitenta e seis anos.
Recebeu a sua primeira formação no atelier de Giovanni Bellini, do qual saiu aos dezoito anos para se integrar na escola de Giorgione, cuja conceção poética da pintura deixou uma profunda marca em Tiziano, como é evidente em todas as suas obras de juventude, e muito especialmente na enigmática alegoria Amor sagrado e amor profano, tela com a qual se consagra já como um mestre do nu feminino, além de manifestar um talento natural na representação da paisagem. Anteriormente, tinha colaborado com Giorgione na realização dos frescos da fachada do Fondaco dei Tedeschi e tinha realizado em Pádua os Milagres de Santo António para a Scuola del Santo. Não tardou em tornar-se o artista mais importante de Veneza e foi nomeado, consequentemente, pintor oficial da República.
Embora as suas obras mais conhecidas e admiradas no presente sejam as de tema alegórico e mitológico, o artista começou a parte mais brilhante da sua carreira com uma série de retábulos de cores fortes e contrastadas e figuras poderosas, como A Assunção ou o Retábulo Pesaro para Santa Maria dei Frari. São obras de composição enérgica que mostram uma grande vitalidade, tal como em. Os mesmos esquemas dinâmicos se repetem nas obras mitológicas deste período, como A bacanal ou Baco e Ariadne. Nessa altura, Tiziano revelou-se também como um grande retratista, com obras como o chamado Ariosto, nas quais estabelece um esquema novo: o protagonista aparece reproduzido de meio corpo, com as mãos visíveis e traços reais mas idealizados, captados por vezes por meio de um golpe de intuição.
Por volta de 1530, perdeu a sua esposa e, seguramente como consequência do impacto emocional que isso lhe causou, o seu estilo pictórico evoluiu para composições menos dinâmicas, mais pausadas, e para cores muito mais claras e complementares em vez de contrastadas.
Nessa altura, a fama do pintor chegou a todas as cortes europeias, o que lhe permitiu receber encomendas dos monarcas de França e Espanha, que retratou em obras magistrais. Carlos I nomeou-o pintor da corte. E também pintou para o duque de Urbino a famosa Vénus de Urbino, de uma sensualidade nova na arte do Renascimento.
Em 1545, realizou uma viagem a Roma que representou o ponto de partida para um novo tratamento da cor à base de pinceladas longas e ousadas, e de manchas e toques que desfazem as formas e dão uma aparência leve e agradável às pinturas, o que esconde o grande trabalho subjacente. Entre 1548 e 1562, realizou uma série de quadros de tema mitológico denominados pelo próprio pintor «poesias» pelo seu carácter idílico e distante. A sua última obra documentada é a Piedade de Veneza, que apresenta certas afinidades com o maneirismo.
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