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Cláudio de Lorena (1600-1682) nasceu no ducado de Lorena, França (de onde deriva o seu nome), no ano de 1600. Pintor francês, foi o terceiro filho de uma família muito humilde. Ficou órfão muito jovem e viveu em Friburgo com o seu irmão mais velho, que era gravador em madeira.
Por volta de 1613, mudou-se para Roma, onde foi criado e depois aluno do pintor Agostino Tassi. A partir de 1620, realizou algumas viagens e permaneceu temporadas em Nápoles, Nancy e Veneza, mas em 1626 regressou a Roma, onde permaneceu até à sua morte.
Por volta de 1630, conheceu Nicolas Poussin, com quem estabeleceu uma grande amizade. Nessa época, já tinha alcançado notável fama como pintor de paisagens, e por volta de 1638 recebia numerosas encomendas de personalidades eclesiásticas e da aristocracia romana. Até o rei de Espanha, Filipe IV, lhe encomendou oito paisagens e marinhas, das quais cinco se conservam no Museu do Prado.
A sua evolução de estilo pode ser estudada através de três períodos principais. No primeiro, os seus paisagens apresentam luzes oblíquas e efeitos luminosos experimentais. Pintou também cenas idealizadas de portos marítimos, onde aparecem barcos ancorados em portos ladeados por palácios. Em Cena Portuária (1634, Ermitage, São Petersburgo), é possível apreciar o seu modo característico de pintar o sol no horizonte para dar profundidade à obra. Por volta de 1630, começaram a aparecer falsificações da sua obra, e, para ajudar na identificação das obras autênticas, começou a compilar o Liber Veritatis (Museu Britânico, Londres) por volta de 1635, que incluía esboços e descrições de quase todas as suas pinturas, criando assim um inventário da sua obra.
A partir de 1640, as suas obras transmitem maior calma, banhadas por uma luz quente e uniforme. Os temas são extraídos de fontes clássicas ou bíblicas, como em Paisagem: Os Desposórios de Isaac e Rebeca (1648, National Gallery, Londres). No terceiro período, a partir de 1660, embora dentro desta mesma linha, algumas das suas obras mostram uma tendência para um estilo mais simbólico e utópico, com uma paleta de cores frias e metálicas e um regresso a um maior dramatismo na luz.
Embora nunca tenha casado, teve uma filha natural, Agnese.
Cláudio de Lorena faleceu no dia 23 de novembro de 1682 em Roma, Itália.
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